Vamos aproveitar a campanha para falar de vida e de cuidado consigo mesma! Conversamos
com uma médica e com uma mulher que (corajosamente) atravessou a doença. Estamos juntas
nessa luta contra o câncer de mama! Força, mulherada!

Antes de mais nada, respire fundo por alguns instantes. Vamos falar sobre o câncer de mama,
porque essa conversa é muito importante para todas nós. O câncer de mama é o tipo de
câncer mais comum entre as mulheres em todo o mundo, atrás apenas do câncer de pele não
melanoma. É relativamente raro até os 35 anos, mas a incidência aumenta progressivamente
após os 50 anos.

Mas, calma. Isso não significa que você está cada dia mais perto da doença! Não! O recado do
Outubro Rosa é pela vida: vamos cuidar da nossa saúde a partir de hoje, migas!
Desde 1990, o mês de Outubro marca uma série de ações promovidas na sociedade em
diversos países do mundo, para alertar sobre os perigos do câncer de mama e a necessidade
de prevenir a doença e buscar tratamento adequado. Nós apoiamos a causa, é claro, porque
ela tem tudo a ver com o nosso propósito e nossa iniciativa.
Falando sério, prevenção não se restringe ao exame de mamografia ou ao autoexame
ocasional. Longe disso. Toda mulher precisa aprender a cuidar de si mesma no dia a dia, não
deixar para depois, sabe? Isso é um direito, mas também um dever de cada uma de nós!

Fatores de proteção contra o câncer de mama
Levar uma vida mais saudável, reservando tempo para cuidados diários com a saúde é o
melhor caminho preventivo. Confira os principais fatores de proteção contra a doença:
Combater a obesidade;
Manter uma alimentação saudável e equilibrada;
Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
Interromper o tabagismo;
Fazer atividades físicas regularmente;
Amamentar (a cada 12 meses de amamentação, o risco de câncer diminui 4%!);
Evitar o uso prolongado de pílulas anticoncepcionais;
Evitar e restringir ao máximo a reposição hormonal na menopausa;
Controlar e reduzir o estresse psicológico.

Prevenção é o melhor caminho
Aqui, vale a pena falarmos sobre a diferença entre ações de rastreamento da doença e ações
de diagnóstico precoce.
“O diagnóstico precoce acontece quando a mulher está atenta ao próprio corpo. E a maneira
mais efetiva é fazer o autoexame da mama e conhecer a mama que tem. Se notar algo
diferente, uma dor, uma alteração na pele, no mamilo, na forma ou um nódulo, ela deve
procurar um serviço de saúde”, explica a médica ginecologista e obstetra Sylvia Cristina Freire, que atua há mais de 20 anos com humanização do parto e coordena a equipe da iniciativa
Maria Flor de Assistência ao Parto, na região de Atibaia e Bragança Paulista.
Já as ações de rastreamento da doença, segundo ela, são aquelas iniciativas destinadas a todas
as mulheres, com ou sem sintomas da doença, como a realização em massa de exames de
mamografia.

Quando devo fazer a mamografia?
De acordo com a doutora Sylvia Cristina Freire, os estudos mais recentes têm mostrado que é
preciso equilibrar risco e benefício do rastreio com a mamografia periódica. O benefício da
mamografia está ligado à detecção de tumor ainda não visto clinicamente.
Os riscos da mamografia, por sua vez, são os exames que apontam resultado falso-positivo
(gerando muita ansiedade e uma montanha de exames até o diagnóstico correto) e falso-
negativo (o que podem retardar o início do tratamento), além da exposição à radiação
ionizante frequente que, inclusive, é um fator de risco.
“Atualmente, há um consenso dizendo que, nas mulheres entre 50 anos e 69 anos, os
benefícios ultrapassam os riscos e, por isso, o rastreio é recomendado a cada dois anos,
através da mamografia”. O mesmo vale para mulheres abaixo de 50 anos, mas com histórico
familiar de mãe com câncer ou casos na família em mulheres com menos de 50 anos ou, ainda,
casos de câncer nas 2 mamas ou câncer de ovário em qualquer idade.
Observação: o Outubro Rosa também tem dado espaço para ações contra o câncer do colo do
útero. O papanicolau é o exame mais simples e também mais indicado, e que deve ser
realizado a cada dois anos. As mulheres com maior risco da doença são as sexualmente
expostas ao HPV, que têm múltiplos parceiros ou que tiveram muitos filhos.

Vida após o diagnóstico positivo
Quem já passou pelo sofrimento de receber um diagnóstico de câncer de mama, sabe bem da
importância dos pequenos cuidados cotidianos com a saúde. Simone Santos, terapeuta
corporal, mãe de dois filhos adolescentes, foi diagnosticada com câncer de mama cinco anos
atrás, aos 40 anos. “Dois anos antes do diagnóstico, eu vinha apresentando um desequilíbrio
hormonal muito aparente e não dei atenção a isso. Apenas ‘tratei’ com anticoncepcional”,
lembra.
Na época, sua menstruação estava bastante desregulada, com muita TPM e dores de cabeça
nesse período. “Eu estava num momento de trabalho em que eu não tinha o menor cuidado
com questões básicas de saúde, como beber água e ir ao banheiro ao longo do dia. Com isso,
eu acumulei um volume enorme de toxinas no corpo”, comenta Simone, que hoje, depois do
tratamento, mudou diversos hábitos.
“Quando eu descobri o nódulo, um ano depois de uma mamografia que não tinha acusado
nada, ele já tinha 4 cm, estava no estágio 3 e já tinha metástase no pulmão e nos ossos.
Simone passou, então, por quatro médicos que deram a ela o mesmo prognóstico:
quimioterapia, cirurgia e pouco tempo de vida. “Mas sou apaixonada pela vida, quero viver muitos anos ainda”, pensou. Não satisfeita, ela procurou um quinto especialista, que sugeriu
algo totalmente diferente: vida normal, muita determinação e um tratamento com bloqueador
hormonal. Dito e feito. Simone está há cinco anos tratando a doença a cada três semanas, mas
levando uma vida normal e com muita qualidade. Hoje ela dá palestras para motivar e inspirar
outras mulheres a se cuidarem, a ficarem atentas aos sinais mais básicos do corpo e a
atravessarem a doença com força e coragem.

“Hoje eu sinto que o caminho da prevenção é estar atenta ao organismo, aprender a ouvir o
nosso próprio corpo e prestar muita atenção ao que nos faz mal. A nossa respiração, por
exemplo, é fundamental, assim como fazer meditação, ouvir tudo que o corpo nos diz, nutrir o
espírito de muita fé e trazer para a mente muita consciência em relação à vida e às incertezas.
Mente, corpo e espírito, é por aí! Eu não fico pensando quanto tempo eu ainda tenho de vida.
Eu fico querendo viver mais muitos e muitos anos.”

Lutar contra o câncer é lutar pela vida! Todas juntas nessa luta!